Contexto Histórico
No começo do século 20, a Itália
estava numa profunda crise. A unificação de seu território demorou muito para
acontecer. As guerras tinham durado entre 1859 e 1870, mas os problemas políticos
e sociais ainda não tinham terminado.
O Estado monárquico, herdado do período da unificação, marcado por
um profundo conservadorismo e com o apoio das elites industriais, pouco fazia
para resolver os problemas sociais. A
Itália buscava expandir sua economia, para isto, se declarou inimiga da
Alemanha e entrou na Primeira Guerra Mundial em 1915. Para completar o quadro negativo, a crise socioeconômica piorou
quando terminou a guerra. Foi neste
contexto que surgiu o movimento fascista.
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a g � �? 0pt;text-indent:42.55pt'>Viajou a Roma para uma série de
conferências sobre o ensino de anormais. As conferências despertaram o
interesse de todos que se dedicavam ao assunto. Resolveram então criar um
movimento de opinião a favor das ideias que a Montessori defendia.
Viajou para Paris e para Londres. Quando
voltou, trabalhou com ainda mais vontade: dia após dia, das 8 da manhã às 8 da
noite. Maria Montessori instruía os
mestres, observava os alunos, redigia as suas notas, atendia a consultas,
entrava em ligação com todas as pessoas que podiam ajudá-la. Aperfeiçoou o
material de Séguin e o mandou fabricar. Desenvolveu um novo material e os anormais
que educou, submetidos a exame nas escolas públicas, fizeram provas tão boas quanto
às dos alunos normais. O método que o francês Jean Marc Gaspard Itard criou era tão bom que dava resultado,
mesmo quando era aplicado a alunos anormais.
Montessori voltou a estudar e
frequentou as aulas de psicologia experimental e de pedagogia. O seu
trabalho com os anormais e o interesse que demonstrou pelas questões
relacionadas á educação levou o ministro a nomeá-la para a cadeira de antropologia
pedagógica de Roma. Este foi um lugar em que exerceu grande influência, expôs as
suas ideias sobre o ensino elementar e levou os futuros mestres a não
considerarem como resolvido o problema da escola.
Em 1906, uma empresa italiana que
construía prédios para gente pobre pediu a ela que ajudasse a resolver um
problema importante: os pais dos pequenos que moravam nos prédios iam para o
seu emprego muito cedo e quase todo o dia estavam ausentes de casa; o resultado
era que as crianças, entregues a si próprias, faziam um barulho insuportável e
estragavam o prédio; se Maria Montessori quisesse tomar conta do trabalho de as
aquietar e entreter, estavam dispostos a ceder-lhe uma sala em cada
"bloco" e a pagar-lhe o pessoal necessário.
Maria Montessori mediu imediatamente as
vantagens excepcionais da oferta: em primeiro lugar não se tratava de escolas,
não havendo, portanto, nenhuma espécie de exigências quanto a programas e
exames; em segundo lugar, os pais não possuíam a mínima noção de pedagogia e
não seriam tentados a intervir no funcionamento da sala; por fim, se o método
desse resultado, teria, para a sua difusão imediata e aplicação a todas as
escolas elementares, duas qualidades importantes: era barato e dava resultado
mesmo com camadas de população de baixo nível cultural e de deficiente vida
material.
Escolheu o prédio em que se devia fazer
a primeira experiência e contratou uma professora, elaborou o regulamente
traçado em linhas muito simples: admitiam-se todas as crianças da casa, dos 3
aos 7 anos de idade, sem nenhum custo para os pais, que apenas se comprometiam
a mandá-las na hora indicada pela diretora.
Fundou numa região pobre no centro de Roma a primeira
Casa dei Bambini em Janeiro de 1907, com instalações simples, mas que davam à
Montessori toda a possibilidade de fazer as suas experiências. O mobiliário era
rudimentar , faltavam flores, as crianças não tinham espaço suficiente para os
recreios, mas na parede a Madona deIla Sedia ,de Rafael, era o símbolo de todo
o carinho, de toda a inteligente dedicação, de toda a vontade criadora que se
iam empregar. A professora escolhida compreendia Maria Montessori e seguia-lhe
as diretrizes com entusiasmo pela tarefa e confiança nos princípios do
método. No dia 7 de Abril do mesmo ano, inaugurou a segunda, pouco depois
uma terceira. As perspectivas eram brilhantes porque a empresa possuía 400
prédios, e 400 escolas Montessori seriam mais do que o bastante para impor o
método a toda Itália e depois ao resto do mundo.
Os educadores começavam a chegar a Roma
e a visitar as Case dei Bambini, regressando entusiasmados com o que se
conseguia fazer: falavam de crianças novas, dos seres extraordinários dotados de
delicadeza, de precisão, de inteligência, de correção que Maria Montessori
soube criar. Nas escolas que iam montando em outras cidades, os professores
mais audaciosos guiavam-se todos pelas normas montessorianas que vinham
aprender nas visitas às Case dei Bambini.
Na Suíça as escolas infantis deixaram Froebel por
Montessori; pouco depois fundou-se uma escola na Argentina e, em 1910, o método
penetrou nos Estados Unidos; em 1911, abriu-se uma escola em Paris e, em 1913,
constituiu-se na Inglaterra uma sociedade Montessori. Ao mesmo tempo duas
sociedades, uma de Milão, outra de Roma, ofereceram-se para fabricar o material
necessário. A baronesa Alicia Franchetti pagou a primeira edição
da Pedagogia Científica em que Maria Montessori expôs os princípios e
a didática do seu método.
Em 1911, devido aos esforços de Maria
Maraini Guerrieri, o método Montessori foi adotado nas escolas primárias de
Itália.
Em 1922 o governo a nomeou inspetora-geral das escolas
da Itália. Com a ascensão do regime fascista, porém, ela decidiu deixar o país
em 1934.
Continuou trabalhando na Espanha, no Ceilão (hoje Sri
Lanka), na Índia e na Holanda, onde morreu aos 81 anos, em 1952.
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