Contexto Histórico

No começo do século 20, a Itália estava numa profunda crise. A unificação de seu território demorou muito para acontecer. As guerras tinham durado entre 1859 e 1870, mas os problemas políticos e sociais ainda não tinham terminado.

Os problemas econômicos eram diversos: a industrialização e a modernização da economia aconteciam de forma lenta; as diferenças entre o Sul do país, agrícola e muito pobre, e o Norte modernizado eram gritantes, dificultando a integração econômica. Os preços de tudo eram muito elevados. Os migrantes buscavam trabalho nas indústrias, esvaziando o campo. Ao mesmo tempo, o desemprego aumentava nas cidades industriais.Os partidos de esquerda, comunistas e socialistas, bem como os anarquistas, ganhavam cada vez mais adeptos entre os italianos, o que preocupava a elite capitalista.

O Estado monárquico, herdado do período da unificação, marcado por um profundo conservadorismo e com o apoio das elites industriais, pouco fazia para resolver os problemas sociais. A Itália buscava expandir sua economia, para isto, se declarou inimiga da Alemanha e entrou na Primeira Guerra Mundial em 1915.  Para completar o quadro negativo, a crise socioeconômica piorou quando terminou a guerra. Foi  neste contexto que surgiu o movimento fascista. yl� B a g � �? 0pt;text-indent:42.55pt'>Viajou a Roma para uma série de conferências sobre o ensino de anormais. As conferências despertaram o interesse de todos que se dedicavam ao assunto. Resolveram então criar um movimento de opinião a favor das ideias que a Montessori defendia. 

Viajou para Paris e para Londres. Quando voltou, trabalhou com ainda mais vontade: dia após dia, das 8 da manhã às 8 da noite.  Maria Montessori instruía os mestres, observava os alunos, redigia as suas notas, atendia a consultas, entrava em ligação com todas as pessoas que podiam ajudá-la. Aperfeiçoou o material de Séguin e o mandou fabricar. Desenvolveu um novo material e os anormais que educou, submetidos a exame nas escolas públicas, fizeram provas tão boas quanto às dos alunos normais. O método que o francês Jean Marc Gaspard Itard criou era tão bom que dava resultado, mesmo quando era aplicado a alunos anormais. 
Montessori voltou a estudar e frequentou as aulas de psicologia experimental e de pedagogia.  O seu trabalho com os anormais e o interesse que demonstrou pelas questões relacionadas á educação levou o ministro a nomeá-la para a cadeira de antropologia pedagógica de Roma. Este foi um lugar em que exerceu grande influência, expôs as suas ideias sobre o ensino elementar e levou os futuros mestres a não considerarem como resolvido o problema da escola. 
Em 1906, uma empresa italiana que construía prédios para gente pobre pediu a ela que ajudasse a resolver um problema importante: os pais dos pequenos que moravam nos prédios iam para o seu emprego muito cedo e quase todo o dia estavam ausentes de casa; o resultado era que as crianças, entregues a si próprias, faziam um barulho insuportável e estragavam o prédio; se Maria Montessori quisesse tomar conta do trabalho de as aquietar e entreter, estavam dispostos a ceder-lhe uma sala em cada "bloco" e a pagar-lhe o pessoal necessário. 
Maria Montessori mediu imediatamente as vantagens excepcionais da oferta: em primeiro lugar não se tratava de escolas, não havendo, portanto, nenhuma espécie de exigências quanto a programas e exames; em segundo lugar, os pais não possuíam a mínima noção de pedagogia e não seriam tentados a intervir no funcionamento da sala; por fim, se o método desse resultado, teria, para a sua difusão imediata e aplicação a todas as escolas elementares, duas qualidades importantes: era barato e dava resultado mesmo com camadas de população de baixo nível cultural e de deficiente vida material. 
Escolheu o prédio em que se devia fazer a primeira experiência e contratou uma professora, elaborou o regulamente traçado em linhas muito simples: admitiam-se todas as crianças da casa, dos 3 aos 7 anos de idade, sem nenhum custo para os pais, que apenas se comprometiam a mandá-las  na hora indicada pela diretora.
Fundou  numa região pobre no centro de Roma a primeira Casa dei Bambini em Janeiro de 1907, com instalações simples, mas que davam à Montessori toda a possibilidade de fazer as suas experiências. O mobiliário era rudimentar , faltavam flores, as crianças não tinham espaço suficiente para os recreios, mas na parede a Madona deIla Sedia ,de Rafael, era o símbolo de todo o carinho, de toda a inteligente dedicação, de toda a vontade criadora que se iam empregar. A professora escolhida compreendia Maria Montessori e seguia-lhe as diretrizes com entusiasmo pela tarefa e confiança nos princípios do método. No dia 7 de Abril do mesmo ano, inaugurou a segunda, pouco depois uma terceira. As perspectivas eram brilhantes porque a empresa possuía 400 prédios, e 400 escolas Montessori seriam mais do que o bastante para impor o método a toda   Itália e depois ao resto do mundo. 
Os educadores começavam a chegar a Roma e a visitar as Case dei Bambini, regressando entusiasmados com o que se conseguia fazer: falavam de crianças novas, dos seres extraordinários dotados de delicadeza, de precisão, de inteligência, de correção que Maria Montessori soube criar. Nas escolas que iam montando em outras cidades, os professores mais audaciosos guiavam-se todos pelas normas montessorianas que vinham aprender nas visitas às Case dei Bambini. 
Na Suíça  as escolas infantis deixaram Froebel por Montessori; pouco depois fundou-se uma escola na Argentina e, em 1910, o método penetrou nos Estados Unidos; em 1911, abriu-se uma escola em Paris e, em 1913, constituiu-se na Inglaterra uma sociedade Montessori. Ao mesmo tempo duas sociedades, uma de Milão, outra de Roma, ofereceram-se para fabricar o material necessário. A baronesa Alicia Franchetti pagou a primeira edição da Pedagogia Científica em que Maria Montessori expôs os princípios e a didática do seu método.
Em 1911, devido aos esforços de Maria Maraini Guerrieri, o método Montessori foi adotado nas escolas primárias de Itália.
 Em 1922 o governo a nomeou inspetora-geral das escolas da Itália. Com a ascensão do regime fascista, porém, ela decidiu deixar o país em 1934.

Continuou trabalhando na Espanha, no Ceilão (hoje Sri Lanka), na Índia e na Holanda, onde morreu aos 81 anos, em 1952.

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